O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, fez um apelo enfático nesta segunda-feira (7 de abril de 2025) aos trabalhadores brasileiros para que se mobilizem em prol da aprovação da reforma do Imposto de Renda. Durante um evento de anúncio de investimentos em logística realizado em Cajamar (SP), o ministro destacou o potencial da proposta para beneficiar significativamente as faixas de renda mais baixas, chegando a possibilitar um “décimo quarto salário”.
Haddad enfatizou que a aprovação do projeto, da forma como foi enviado ao Congresso Nacional pelo governo, trará um alívio financeiro crucial para milhões de brasileiros. “No Brasil, todo mundo que ganha mais de dois salários mínimos paga Imposto de Renda, que é retido na fonte. Nós mandamos um projeto para o Congresso para que quem ganha até R$ 5 mil deixe de pagar Imposto de Renda. Quem ganha de R$ 5 mil a R$ 7 mil vai pagar menos”, explicou o ministro.
Diante desse cenário, Haddad conclamou os eleitores a exercerem pressão sobre seus representantes no Congresso. “É importante falar com o deputado e o senador que você elegeu para que o projeto seja aprovado”, salientou. A mobilização popular, segundo o ministro, é fundamental para garantir que a reforma avance e concretize seus benefícios para a maioria da população.
O ministro da Fazenda também reiterou que a reforma do Imposto de Renda não terá impacto negativo nas contas públicas, desde que o Congresso aprove a proposta original do governo. A compensação para a ampliação da faixa de isenção e a redução da alíquota para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil virá da tributação progressiva de altas rendas.
A proposta governamental prevê a cobrança de uma alíquota gradual de Imposto de Renda para quem recebe a partir de R$ 600 mil por ano, chegando a 10% para aqueles com renda anual superior a R$ 1,2 milhão. Haddad detalhou o potencial de arrecadação dessa medida: “A compensação que a gente desenhou é que quem ganha mais de R$ 1,2 milhão por ano vai pagar 10% de Imposto de Renda. Temos 141 mil brasileiros que ganham mais que isso e não pagam Imposto de Renda. É o pagamento dessa turma que vai beneficiar 10 milhões de brasileiros que ganham até R$ 5 mil e 5 milhões que ganham até R$ 7 mil. Cobrando o mínimo de 141 mil, vamos favorecer 15 milhões de pessoas”.
Em suma, o apelo de Fernando Haddad ressalta a importância da participação ativa dos trabalhadores no debate sobre a reforma do Imposto de Renda. A proposta, segundo o ministro, representa uma oportunidade significativa para promover uma maior justiça fiscal no país, aliviando a carga tributária sobre as faixas de renda mais vulneráveis e potencialmente injetando recursos na economia através de um “décimo quarto salário” indireto para milhões de brasileiros. A pressão sobre os parlamentares é vista como um fator crucial para a aprovação da reforma e a concretização de seus benefícios sociais e econômicos.